Luís Pedro Martins tomou posse, esta quarta-feira, para um segundo mandato à frente da presidência da Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP).

Na cerimónia da tomada de posse, que se realizou esta quarta-feira no Palácio da Bolsa, no Porto, o presidente da Associação de Turismo do Porto e Norte definiu como duas das principais linhas de ação para o triénio 2023-2025 o reforço da conectividade aérea e da mobilidade ferroviária do Porto e Norte, pedindo para isso a ajuda do Governo.

Sendo a questão da conectividade aérea uma bandeira da região, Luís Pedro Martins reivindicou um outro olhar para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, não só através de uma maior aposta da transportadora nacional, mas também da captação de novas companhias e rotas, permitindo, assim, atrair outros mercados emissores.

“Contamos com o Ministério das Infraestruturas para dar continuidade a projetos estratégicos como a Linha do Douro ou a criação do Fundo para Conectividade Aérea da região, a exemplo do que acontece em outros destinos nossos concorrentes”, afirmou o presidente reeleito, que também acumula a presidência da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP).

Luís Pedro Martins recordou que, durante o seu primeiro mandato, foi criado um grupo de trabalho na região sobre o reforço da conectividade aérea, do qual resultou um estudo já entregue ao ex-Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos. “Aguardamos ansiosamente resposta por parte do Ministério porque estes existem para além dos mandatos dos ministros”, acrescentou.

O presidente da ATP lembrou ainda que a tarefa que se afigura para os próximos três anos não será fácil, porque as sequelas económicas da pandemia ainda estão bem presentes.

“É fundamental que exista uma continuidade das linhas de apoio às empresas. As empresas do setor ainda não respiram de alívio e não será certamente no ano de 2023, com um conflito bélico no nosso continente, com a inflação a disparar, com o aumento dos custos das energias e das matérias-primas, que poderão adquirir outra robustez económico-financeira.”

O presidente mostrou ainda que o Turismo do Porto e Norte está disponível para, juntamente com o novo Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, trabalhar na reforma da Lei n.º 33/2013, que estabelece o regime jurídico das áreas regionais de turismo de Portugal continental, a sua delimitação e características, bem como o regime jurídico da organização e funcionamento das entidades regionais de turismo.

“É uma lei que se encontra ultrapassada e que não responde ao que foi o espírito do legislador, até porque as regiões têm provado que podemos percorrer um caminho de maior autonomia administrativa e financeira, sem colocar em risco o alinhamento com a tutela e com o Turismo de Portugal. Todas as regiões sem exceção provaram que sabem assegurar e manter esse alinhamento, sabemos que juntos somos mais fortes e que há uma marca que nos une a todos, a marca Portugal”, concretizou.

No discurso da tomada de posse, Luís Pedro Martins aproveitou ainda para destacar o excelente desempenho da região em 2022 e, sobretudo, a forma como o Porto e Norte conseguiu já retomar níveis de desempenho pré-pandemia.

“Ultrapassámos todos os indicadores de 2019, seja no número de hóspedes (6 milhões), no número de dormidas (11 milhões) e no valor dos proveitos arrecadados”, afirmou o presidente, acrescentando que, neste último vetor, a região atingiu “os 700 milhões de euros, um crescimento de 20% em relação a 2019, quando a média nacional foi de 14%”.

Um feito que, sublinhou, foi conseguido com verbas muito inferiores aos dos mercados concorrentes. “Realizar e conseguir o que conseguimos com um orçamento de um milhão e 400 mil euros, quando, a título de exemplo, os nossos vizinhos da Galiza têm destinados, só para promoção externa, 16 milhões de euros, é um resultado notável.”

Para o mandato que agora se inicia, o Turismo do Porto e Norte quer dar corpo a um conjunto de objetivos que vão da atenção no apoio às empresas, ao incentivo e estímulo de projetos que tenham o propósito de reter talento e de mitigar a escassez de recursos humanos.

“Queremos ainda abrir caminho e ser referência para a melhoria dos conteúdos e da experiência turística no destino, estimular a dinâmica do território com eventos turísticos”, lembrou também Luís Pedro Martins.

A nova direção da ATP pretende ainda continuar a grande aposta nos compromissos da digitalização e da sustentabilidade, apostar em novos modelos de comercialização e distribuição, monitorização e auditoria do destino turístico para melhoria da capacidade de tomar e apoiar a tomada de decisões por parte dos parceiros públicos e privados e aprofundar a relação com as regiões vizinhas da Galiza e de Castela e Leão.

Luís Pedro Martins foi reeleito presidente da Associação de Turismo do Porto e Norte no passado dia 15 de dezembro e conta como membros dos órgãos sociais entidades de grande relevo na região, como a Câmara Municipal do Porto, que ocupa a vice-presidência da Direção, a Câmara Municipal de Braga, a Associação Comercial do Porto, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a Fundação de Serralves, a Fundação Casa da Música, a Santa Casa da Misericórdia do Porto, a Irmandade dos Clérigos, a Alfândega do Porto, o Museu do Futebol Clube do Porto, a Associação Porto Destino de Golfe, ou o IPDT, mas também empresas de grande expressão como são o Hotel Hilton Porto Gaia, que também ocupa a vice-presidência da Direção, a Rollertown, o Clube Viajar, a A.N.E. Tours, a B’Trust, a Leading, a Grape Ideas – Sogrape Group, a José Silva Carvalho Catering, e ainda a Três Séculos.